quarta-feira, 9 de outubro de 2013

[Curtas] Invocação do Mal / Elysium / Guerra Mundial Z

Invocação do Mal

★★★★☆
Ótimo

Filme tenso do início ao fim. James Wan ("Sobrenatural", "Jogos Mortais") sabe criar o suspense como poucos diretores atuais. Quando ele cria o clima e o susto vem, você fica com raiva por ter tomado o susto. E quando ele cria o clima e o susto não vem, você fica com raiva porque queria ter tomado o susto. Ele te tem na mão o tempo todo. Sabe brincar com as expectativas dos espectadores e com os clichês do gênero, que, sim, tem em abundância.
Outra coisa que o diretor acertou foi não expor muito os espíritos, que raramente são vistos de corpo inteiro. Aliás, num momento em especial, não vemos NADA do espírito, que só é visto por uma personagem. E a sequência é aterrorizante. Essa sensação de não sabermos muito bem com o que estamos lidando, cria uma tensão maior ainda. Por sinal, um dos grandes defeitos de "Mama", outro filme de terror bem esperado esse ano, foi a super exposição do espírito.

Além disso tudo, o filme é esteticamente inteligente. Os movimentos de câmera e enquadramentos são bem legais e auxiliam na criação tanto das sequências mais leves (como a família conhecendo a casa nova), quanto das mais pesadas (as de assombração). As atuações também são ótimas, inclusive do elenco infantil.

Enfim, James Wan sabe o que faz. "Sobrenatural: Capítulo 2" vem aí. Que seja tão bom quanto o primeiro.

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Elysium


★★★☆☆
Bom

"Elysium" tem uma boa premissa, mas é prejudicado por alguns problemas sérios, como personagens unidimensionais e clichês, e o ritmo corrido, que não dá espaço para o desenvolvimento dos próprios personagens e de certos pontos da trama.

Mas, no geral, até que gostei do filme, mesmo com suas perceptíveis falhas.
E se Neill Blomkamp usa "Distrito 9" (que acho bom, mas não isso tudo que falam) como uma alegoria para discutir o Apartheid, "Elysium" pode ser interpretado como uma metáfora da situação da fronteira entre México e Estados Unidos.
Se Blomkamp tivesse trabalhado um pouco mais no roteiro, "Elysium" poderia ter sido um filmaço. Mas com suas falhas, ele consegue fazer "apenas" um bom filme.

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Guerra Mundial Z


★★★☆☆
Bom

Desde que vi o trailer pensei que eu não ia gostar do filme. Sou fã dos zumbis lentos e maquiados de George Romero, que realmente parecem mortos vivos. Pelo trailer já tinha dado pra perceber que os zumbis de “World War Z” pareciam super humanos, com incrível velocidade, capazes de dar longos pulos e, ainda por cima, criados por computação gráfica, os fazendo artificiais. Mas devo dizer que me surpreendi com o filme.

Essas questões realmente me incomodaram (os efeitos digitais são fracos para uma produção desse tamanho, e não só os zumbis são notadamente artificiais, mas outras coisas, como helicópteros e até pessoas “normais”), mas o filme tem vários pontos fortes que me fizeram relevar tais problemas. Um deles é a narrativa, que é legal por ser quase dividida em fases ou missões, parecendo um jogo. Mesmo assim, essas “fases” são bem amarradas, dando um ritmo fluido ao filme. O roteiro, que passou por 6 mãos até parar nas de Damon Lindelof (Prometheus, Star Trek) e Drew Goddard (O Segredo da Cabana), que tiveram que reescrever todo o terceiro ato, é bem eficiente e ainda apresenta uma solução original para, se não a cura da pandemia zumbi, que a humanidade ainda tenha uma chance. Fora outros elementos que foram adicionados por eles, como a asma de uma das filhas de Gerry (Brad Pitt), que poderia ser usada apenas como fator dramático ou de suspense em alguma cena, mas é inteligentemente usada para desenvolver a figura paterna de Gerry, que ajuda a filha
a superar uma crise da doença.

Por fim, Guerra Mundial Z não é um “filme de zumbi”, expressão que já virou praticamente um sub gênero. Não é uma produção em que um grupo de sobreviventes passa o tempo todo fugindo e se escondendo dos zumbis. Mas sim um suspense de investigação da origem de uma epidemia. Para ilustrar melhor, é uma mistura de “Contágio” com “Extermínio 2″. Há uma praga que transforma pessoas em mortos vivos, e a cura precisa ser encontrada antes que tudo seja perdido. Portanto, os zumbis movem a história, mas não são a história.
Mesmo com seus problemas, é um filme que funciona.

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